O novo episódio do Livros no Centro tem a marca do acaso. Muito antes das tecnologias, do Tinder, do celular, ela se inicia num sebo e acontece presencialmente, totalmente à moda antiga.
Edimilson vivia em Juiz de Fora, e Prisca morava em Genebra. Anos antes do encontro dos dois, um pesquisador suíço de passagem por Salvador comprou um livro escrito por Edimilson à venda num sebo. Interessou-se pelo assunto, leu, entusiasmou-se e passou a procurar por seu autor. Com a inexistência de redes sociais, num tempo de internet discada, a tarefa não foi fácil, levou anos. Mas então o pesquisador achou Edimilson, que viajou à Suíça, e lá estava a Prisca. Desde então, trocaram cartas, e-mails, livros, viajaram para se ver, casaram-se, tiveram dois filhos e escreveram uns tantos títulos. Tudo isso graças a um livro perdido num sebo em Salvador.
A história deste episódio é sobre como a navegação incerta de um livro deu o pontapé inicial para um encontro que muda a vida de dois escritores.
Livros citados no episódio:
Poemas, Wislawa Szymborska (trad. Regina Przybycien; Companhia das Letras)
Negras raízes mineiras: os Arturos, Edimilson de Almeida Pereira e Núbia Pereira de Magalhães Gomes (Mazza)
Água viva, Clarice Lispector (Rocco)
O ausente, Edimilson de Almeida Pereira (Relicário)
Front, Edimilson de Almeida Pereira (Nós)
Pólvora, Prisca Agustoni (Macondo)
Melro, Edimilson de Almeida Pereira (Editora 34)
A vida com Lacan, Catherine Millot (trad. André Telles; Zahar)
Grande sertão: veredas, João Guimarães Rosa (Companhia das Letras)
Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, Marçal Aquino (Companhia das Letras)
Luzes de emergência se acenderão automaticamente, Luisa Geisler (Alfaguara)
Paixão simples, Annie Ernaux (trad. Marília Garcia; Fósforo)
O amor nos tempos do cólera, Gabriel García Márquez (trad. Antonio Callado; Record)
Desde que o samba é samba, Paulo Lins (Planeta)
Dona Flor e seus dois maridos, Jorge Amado (Companhia das Letras)
Correspondência de Abelardo e Heloisa, Paul Zumthor (org.) (trad. Lucia Santana Martins; Martins Fontes)
Cartas de amor a Heloísa, Graciliano Ramos (Record)
Os amores difíceis, Italo Calvino (trad. Raquel Ramalhete; Companhia das Letras)
A fera na selva, Henry James (trad. José Geraldo Couto; Sesi-SP Editora)
O amante, Marguerite Duras (trad. Denise Bottmann; Tusquets)
Na praia, Ian McEwan (trad. Bernardo Carvalho; Companhia das Letras)
Carta a D.: história de um amor, André Gorz (trad. Celso Azzan Jr.; Companhia das Letras)
Ioga, Emmanuel Carrère (trad. Mariana Delfini; Alfaguara)
O sol na cabeça, Geovani Martins (Companhia das Letras)
Meu nome é Lucy Barton, Elizabeth Strout (trad. Sara Grünhagen; Companhia das Letras)
Arrabalde: em busca da Amazônia, João Moreira Salles (Companhia das Letras)
Livros de Edimilson de Almeida Pereira:
Dormundo (1985, Edições D’Lira)
Livro de falas (1987, Mazza Edições)
Árvores de arturos e outros poemas (1988, Edições D’Lira)
Corpo imprevisto e margem dos nomes (1989, Edições D’Lira)
Arturos: olhos do Rosário (1990, Mazza Edições, com Núbia Pereira de Magalhães Gomes)
Ô lapassi & outros ritmos de ouvido (1990, UFMG)
Corpo vivido: reunião poética (1991, Mazza Edições)
Mundo encaixado: significação da cultura popular (1992, Mazza Edições)
Do presépio à balança: representações sociais da vida religiosa (1995, Mazza Edições)
O homem da orelha furada (1995, Edições D’Lira)
Rebojo (1995, Edições D’Lira)
A roda do mundo: poemas (1996, Mazza Edições, com Ricardo Aleixo)
Cada um bicho um seu canto (1998, Edições D’Lira)
Negras raízes mineiras: os Arturos (2000, Mazza Edições, com Núbia Pereira Magalhães Gomes)
Zeosório blues: obra poética (2002, Mazza Edições)
Flor do não esquecimento: cultura popular e processos de transformação (2002, Autêntica, com Núbia Pereira Magalhães Gomes)
Lugares ares: obra poética 2 (2003,Mazza Edições)
Os comedores de palavras (2004, Mazza Edições, com Rosa Margarida de Carvalho Rocha)
Casa da palavra: obra poética 3 (2003, Mazza Edições)
As coisas arcas: obra poética 4 (2003, Mazza Edições)
Ouro Preto da palavra: narrativa de preceito do Congado em Minas Gerais (2003, Mazza Edições e PUC-MG, com Núbia Pereira Magalhães Gomes)
O primeiro menino (2003, Franco Editora)
Assim se benze em Minas Gerais (2004, Mazza Edições, com Núbia Pereira Magalhães)
Os reizinhos de Congo (2004, Paulinas)
Os tambores estão frios: herança cultural e sincretismo religioso no ritual de Candomblé (2005, Mazza Edições)
Signo cimarrón (2005, Mazza Edições)
O congado para crianças (2006, Mazza Edições)
Malungos na escola: questões sobre culturas afrodescendentes (2007, Paulinas)
Rua Luanda (2007, Paulinas)
Homeless (2010, Mazza Edições)
Sem teto (2010, Mazza Edições)
Variaciones de un libro de sirenas (2010, Mazza Edições)
Depois o Atlântico: modos de pensar, crer e narrar na diáspora africana (2010, Editora UFJF, org. com Robert Daibert Júnior)
Um tigre na floresta de signos: estudos sobre poesia e demandas sociais no Brasil (2010, Mazza Edições, org.)
Relvas (2015, Mazza Edições)
Maginot, o (2015, Mazza Edições)
Guelras (2017, Mazza Edições)
E (2017, Patuá)
Qvasi: segundo caderno (2017, Editora 34)
Entre Orfe(x)u e Exunouveau: análise de uma epistemologia de base afrodiaspórica na Literatura Brasileira (2017, Fósforo)
Poemas para ler com palmas (2017, Mazza Edições)
A saliva da fala: notas sobre a poética banto-católica no Brasil (2017, Azougue)
Caderno de retorno (2017, Toques Editora de Ogum)
Veludo azul (2018, Macondo)
Poesia + (antologia 1985-2019) (2019, Editora 34)
O ausente (2020, Relicário)
Um corpo à deriva: dança (2020, Macondo)
Front (2020, Nós)
Ruídos (2020, Macondo)
Melro (2022, Editora 34)
A vida não funciona como um relógio (2022, Quelônio)
O som vertebrado (2022, José Olympio)
Diquixi: estudos para cabeças de Artur Timóteo da Costa (2022, Fósforo e Luna Parque)
A morte também aprecia o jazz (2023, Círculo de Poemas)
Livros de Prisca Agustoni:
Irmãs de feno (2002, Mazza Edições)
Zezé, o sapo (2002, Franco, com Edimilson de Almeida Pereira)
Histórias de longeperto (2004, RHJ)
O colecionador de pedras (2006, Paulinas)
A neve ilícita: contos (2006, Nankin Editorial)
Oiro de Minas a nova poesia das Gerais (2007, Ardósia)
A recusa (2009, Pasárgada, Lisboa)
A morsa (2010, Mazza Edições)
O mundo começa na cabeça (2011, Paulinas)
O Atlântico em movimento (2013, Mazza Edições)
Cosa resta del bianco (2014, Gabriele Capelli Editore)
Un ciel provisoire (2015, Samizdat, Genebra)
Hora zero (2016, Patuá)
Casa dos ossos (2017, Macondo)
Animal extremo (2017, Patuá)
Casa dos ossos (2017, Macondo)
O mundo mutilado (2020, Quelônio)
L’ora zero (2020, Lietocolle, Falloppio)
Lingua sommersa (2021, Isola, Milão)
O gosto amargo dos metais (2022, 7Letras)
Antologia Poética: Eustáquio Gorgone de Oliveira (1974 – 2010) (2022, Kotter editorial, com Edimilson de Almeida Pereira (orgs.))
Pólvora (2022, Macondo)
Rastros (2022, Círculo de Poemas)