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Livros de formação


Quais os livros mais importantes da sua vida? E por quê? Em que momento você os leu e que impacto eles tiveram? Essas e outras perguntas são feitas a cada convidado/a de Livros de Formação. Essa seção traz uma lista de até 7 obras que, por quaisquer razões, tenham sido fundamentais na trajetória dele/a. Podem ser livros lidos na infância, na adolescência, na vida adulta, não importa. O que a gente quer saber é que livros fazem alguém se tornar o que é.


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O gênio do crime

Quando estava no colégio, por indicação de um amigo, Simas leu O gênio do crime. “Foi o título que me mostrou que ler era gostoso, que despertou o amor que tenho pela literatura e pela possibilidade de encontrar na página uma grande aventura.”

 

O carinho pela história foi tamanho que deu um exemplar ao filho, hoje com 13 anos, “a idade ideal para ler”.

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Os velhos marinheiros, ou O capitão-de-longo-curso

Não há um único livro de Jorge Amado que Luiz Antonio Simas não tenha lido. Depois de ter lido a obra completa e ter se “viciado” nela, ele passou a enxergar o mundo de um jeito diferente: “Jorge Amado me ensinou a dessacralizar o livro e a sacralizar a rua. Eu tinha certo receio do livro, e perdi esse medo com ele”.

 

Entre tantos títulos amados, Simas elege Os velhos marinheiros, ou O capitão-de-longo-curso como seu preferido, tanto por se tratar de um livro divertido como por ter uma relação importante com sua profissão: “É basicamente um livro que trata de história. Está tudo lá. Jorge Amado é um contador de histórias fundamental”.

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Primeiras estórias

Se O gênio do crime foi o deslumbre da pré-adolescência, Jorge Amado, o amor da adolescência, Guimarães Rosa foi, para Simas, a paixão do início da vida universitária, tendo chegado a participar de grupos de estudo sobre seus livros. “Primeiras estórias foi o primeiro livro que me fez chorar”. Dos contos favoritos, destaca “A terceira margem do rio” e “Sorôco, sua mãe, sua filha”.

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Marafa

Simas acha que Marafa deveria ser um livro muito mais conhecido do que é. Entre suas virtudes, estaria a escrita direta e simples do livro: “Suspeito que Marques Rebelo tenha tido uma dificuldade enorme para chegar nesse resultado. É de se apaixonar”. Mas, sobretudo, Simas vê nesse título o grande representante da “zona boêmia do Rio de Janeiro, do retrato da consolidação do samba urbano, da capoeiragem, da esquina, da encruzilhada”. E, relembra, “eu sou um sujeito da rua”. 

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Triste fim de Policarpo Quaresma

Lido quando cursava a faculdade, época em que se aprofundou na obra de Lima Barreto, Simas atribui a Triste fim de Policarpo Quaresma uma qualidade, “e é qualidade mesmo”: “É um romance que defino como sujo, é rasurado demais, tanto na escrita quanto na narrativa”. Segundo o historiador, é o “fundamento da literatura de rua”. O livro é tão importante para a sua formação que motivou seu projeto de conclusão de curso e o posterior trabalho de mestrado.

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Ecos da folia: uma história social do carnaval carioca entre 1880 e 1920

“O livro que mais mostra a força vigorosa do Carnaval.” Entusiasta e estudioso da festa, profundo conhecedor da cultura e da reconstrução do sentido coletivo da vida a partir da rua, Simas diz que Ecos da folia desmonta qualquer visão que relegue o Carnaval a uma festa da alienação ou a algo pecaminoso que deva ser eliminado. “É o maior trabalho de história social e memória que eu, como historiador, li na minha vida.”

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Batuque, samba e macumba: estudos de gesto e de ritmo

Se o senso comum pensa em Cecília Meireles apenas como a poeta do Romanceiro da Inconfidência, Simas prefere se lembrar da Cecília Meireles aquarelista e testemunha da configuração do Rio de Janeiro a partir da rua, do samba e da macumba. “Uma mulher nascida na região do Estácio, que viu terreiros de macumba nos anos 1930, viu a malandragem, o samba urbano… E repercutiu tudo isso num livro lindo, com textos e aquarelas fabulosas”, conta. A indicação veio de um professor, quando Simas queria se aprofundar nos estudos de samba. “É um título impressionante.”

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A paixão segundo G.H.

“Livro tortuoso, difícil de ler, e ainda delicado para a idade que li, aos 18 anos”, conta Mariana. Mas talvez tenha sido justamente esse apuro na leitura que a motivou a retornar à história, e enxergar nela tantas virtudes. “Foi um livro que me despertou uma subjetividade, uma capacidade de mergulho na loucura, de certa forma.”

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Grande sertão: veredas

“Um livro que li e reli muita vezes”, comenta a atriz. Indicação de sua amiga e também atriz Isabel Teixeira, a leitura revelou-lhe “personagens, figuras e um uso da linguagem diferenciados, que me estimularam bastante a pensar e a escrever o mundo de outra maneira”. Isso principalmente depois das filmagens de Kenoma (1998), que aconteceram em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, cujo cenário, para Mariana, conversa bastante com o narrado por Guimarães Rosa.

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Crime e castigo

A atriz conta que o que a prendeu a essa leitura foi, acima de tudo, a narrativa em si: “A capacidade do autor de contar uma história, e fazer da literatura uma espécie de cinema, uma impressionante progressão e elaboração de imagens”. E complementa: “É um livro de formação mesmo, para mim. Uma história totalmente absorvida a partir dos conflitos e dos personagens”.

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Em busca do tempo perdido

A peça Cérebro_coração surgiu, de alguma maneira, do encantamento de Mariana pela obra do escritor francês. “Proust foi uma paixão. Eu mergulhei naquela ‘madeleine’, nas memórias, no esquecimento. Era uma leitura quase meditativa, como adentrar o que seria o inconsciente.” Ela confessa que a experiência foi árdua, principalmente com o terceiro e o quarto livro. Mas seus efeitos ecoam na atriz até hoje.

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Tudo que é sólido se desmancha no ar

Mariana tem interesse em livros de ciências humanas. Por isso, sua estante é repleta de livros de filosofia, antropologia, história e sociologia. De Ruy Fausto a Hannah Arendt, passando por Eric Hobsbawm e Eduardo Viveiros de Castro. Para escolher um dentre tantos autores marcantes, selecionou aqui o que investiga diferentes universos: crítica literária, ciência econômica e política, arquitetura, urbanismo e estética.

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A queda do céu

Esse volume promoveu em Mariana uma mudança completa de perspectiva. Passou a enxergar o mundo por uma ótica “não só ocidental, masculina, patriarcal, eurocêntrica e ocidental”. “Ler o mundo a partir da visão de um indígena que foi durante muitos anos entrevistado por um francês foi importante e marcante demais”, conta.

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Laços de família

“Quando passei a ser uma rapariga escolarizada, lia sobretudo mulheres.” Foi assim que Isabela chegou a Clarice Lispector (e a Laços de família, seu livro favorito dela), assim como a Marguerite Duras (O amante). As duas autoras foram as que mais a influenciaram em seu percurso como escritora. “Elas têm semelhanças: escrevem sobre o ‘eu’, sobre histórias fora do cânone, sobre mulheres, sobre todas as coisas, sem respeito ao que a academia considera valioso.”

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Diário do hospício

Mais velha, descobriu o gosto por autobiografias, livros de memória e cartas. “Tudo que seja confessional”, conta Isabela. “Adoro ler o que as pessoas escrevem e é secreto, íntimo.” Por isso se encantou pelo diário de Lima Barreto – não apenas pelos testemunhos reais e únicos, mas por trazer o relato de um autor marginalizado. “Li há pouco tempo. Tem uma literatura marginal que me agrada muito.”

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É isto um homem?

“Foi terrível ler esse livro”, diz Isabela sobre a história que se passa dentro do campo de concentração de Auschwitz. “O autor nos mostra como, mesmo nas piores situações, quando mais precisam estar unidos para sobreviver, os seres humanos conseguem se tratar muito mal.” Para ela, algo ali foi inesquecível, mesmo que duríssimo de ler. “Tem dor, fala do que é desconfortável. Todos os livros de que gosto muito tem um pouco disso.”

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A vida dos animais

Isabela destaca A vida dos animais do escritor sul-africano ganhador do Nobel de Literatura por trazer pautas pelas quais ela se interessa profundamente e que já abordou em seus livros. “Fala de questões de ética animal e veganismo, um assunto que me diz particularmente respeito. Foi um livro que eu devorei e que validou com brilhantismo ideias que eu já tinha.”

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Um velho que lia romances de amor

“Este foi um livro que ouvi, em vez de ler”, explica Isabela, que, em 2014, teve um descolamento de retina em ambos os olhos. “Fiquei praticamente cega por um tempo. Depois recuperei a visão total em um olho e parcial no outro.” Na época,pediu na biblioteca o áudio do livro de Sepúlveda. A história, segundo ela, fala da selva, da floresta, do poder dos animais, da crueza do solo e de seu caráter sagrado. “Ter escutado o livro, cega, tornou tudo aquilo muito forte em mim. Via a onça que a personagem procurava, até me sentia a própria onça.”

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Irmã Barata, irmã Batata

De sua poeta portuguesa preferida, Isabela escolheu, entre seus muitos livros publicados, o favorito. “De novo, tem a ver com isso de os animais serem uma coisa só. Irmã Barata, irmã Batata quer dizer que não estamos separados. Vivemos no mesmo planeta, no mesmo plano”, explica. “Eles têm suas especificidades, nós temos as nossas. Mas vivemos em simbiose.”

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O amor é fodido

Para Isabela, o autor não poderia ficar fora de sua lista. “Escreve maravilhosamente”, afirma. Mais conhecido em Portugal, ele tem alguns livros cujas histórias a impactaram, e ela comenta que sempre arruma um jeito de mencioná-lo fora de seu país. “É mesmo muito bom. Não quero deixar de falar dele no estrangeiro.” Entre outros livros de Miguel Esteves Cardoso de que gosta muito, ela cita Os meus problemas, As minhas aventuras na República portuguesa e Como é linda a puta da vida.

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Olga

Ficou tão impactada pela biografia de Olga Benario que acabou comprando seu próprio exemplar, depois de ter lido o da biblioteca. “Fiquei muito interessada pela história dela, da personagem em si, mas também por aquele período da história do Brasil, pela conexão do regime Vargas com o nazismo”, afirma Bianca. “Tinha isso de ser a história de uma mulher incrível, e de ser uma história nacional importante, que se conectava com a história mundial.”

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Anarquistas, graças a Deus

Zélia Gattai foi um acontecimento na vida de Bianca. O livro chegou a ela por indicação de bibliotecários e foi o suficiente para querer buscar todo o resto da bibliografia da autora. “Gostei tanto de ler a voz de uma mulher contando da infância e da família, e de como era, ao mesmo tempo, uma história coletiva.” Quando tinha 17 anos, um ano depois de ler Anarquistas, graças a Deus, Bianca sofreu um acidente – quebrou duas vértebras do pescoço e teve de ficar internada por um período. “Algumas pessoas sabiam que eu gostava de ler Zélia Gattai e me deram livros dela de presente. Terminei de ler no hospital todos que ela tinha escrito. Ler me ajudou a passar por essa fase”, conta.

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Capitães da areia

“Me marcou muito porque acho que foi o único livro que meu pai leu na vida”, conta Bianca. “Li quando eu tinha por volta de 11 anos, um pouco antes da morte dele.” Não apenas vinculado ao pai, o livro de Jorge Amado também traz a memória de um meio-irmão. “Ele passou anos encarcerado, e trocávamos cartas. Quando lancei o Quando me descobri negra, enviei para que ele lesse. E ele respondeu que tinha sido o primeiro livro que ele tinha lido até o fim.” Depois dessa revelação, enviou ao irmão um exemplar do Capitães da areia, e, por alguma razão, a triagem de títulos da prisão censurou a entrada. “O livro voltou pra mim. Foi muito pesado e doloroso.”

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Quarto de despejo

A primeira impressão de Bianca sobre a leitura, recomendada por uma professora de língua portuguesa do Ensino Médio, foi de incômodo e estranhamento: “Quando li, detestei. Parecia a minha avó falando, minhas vizinhas falando, e pensava que aquelas histórias não eram histórias de livro. Era como se tivesse dessacralizando, profanando uma coisa sagrada”. Esse livro, no entanto, foi importantíssimo para sua consciência racial. Só no final da adolescência que ela se perguntou: “Por que as histórias parecidas com as da minha família, com as minhas histórias, não me parecem dignas de livro?”

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Grande sertão: veredas

No terceiro ano de jornalismo, em meio a uma carga intensa de leituras da universidade, seu grande marco literário foi o clássico de Guimarães Rosa. Bianca conta que seus quatro avós vêm do Nordeste, de lugares diferentes, mas todos próximos ao rio São Francisco. “Minha família é sertaneja. Guimarães fala do sertão de Minas, mas é muito parecido com o baiano. A história é, para mim, a história do lugar de onde minha avó veio. É tudo muito familiar”, conta. Seu TCC na faculdade teve como grande inspiração Grande sertão: veredas.

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Educação e atualidade brasileira

Ao estudar educação de jovens adultos, Bianca se deparou com um professor especialista em Paulo Freire que lhe apresentou a densidade da obra do célebre educador. O mais marcante dos livros de Freire que leu foi Educação e atualidade brasileira, de 1957, que foi a tese apresentada para que ele se tornasse professor na Universidade Federal de Pernambuco. “E ele não passou, mas ali tem a base teórica do pensamento dele”, conta. “E ele afirma que o Brasil é um país extremamente autoritário, pelo nosso passado de escravização, colonização e genocídio indígena. Que por isso não temos experiência com diálogo, e só dá para ter democracia com diálogo. Esse é o pressuposto de uma educação dialógica. Me marcou demais isso.”

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Becos da memória

O primeiro livro de Conceição Evaristo que Bianca leu gerou uma identificação muito grande sua com Maria Nova, personagem que vai para a escola, aprende a ler e escrever, “e percorre os becos da favela, contando a histórias das pessoas que moram ali”, explica. “Tenho muito carinho pelas personagens. A sensação que me dá é de que eu morei lá, de que conheço todo mundo. A Conceição me apresentou pessoa por pessoa.” Por mais que já tenha lido muitos outros, este é seu livro preferido da autora, que leu já adulta.

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Dispositivo de racialidade

“A sensação que eu tive quando peguei o livro nas mãos foi ‘agora posso morrer, a tese virou livro'”, conta Bianca, sorrindo. Depois de ler incontáveis vezes esse trabalho de Sueli Carneiro – e de formas diferentes: em grupo, sozinha… –, Bianca encontrou muitas camadas da própria compreensão da tese de Sueli. “O jeito como ela se posiciona em relação à academia, como ela dialoga com a universidade, e ‘fala do lugar da escrava’, buscando elementos de fronteira para iniciar a conversa, isso é genial.”

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Um defeito de cor

Esse é um livro especial na casa da Bianca. Até começar a pensar em prestar o doutorado, ela lia histórias infantis para os filhos. Quando precisou reler o livro de Ana Maria Gonçalves para analisá-lo, pensou: “E se eu sugerisse ler o livro da mamãe antes de dormir?” Apresentou a leitura para as crianças como uma aventura, e pelos dois anos seguintes, lia poucas páginas da obra todas as noites. “Foi uma leitura que nos marcou muito. A Ana Maria virou alguém por quem eles têm muita admiração, e a Kehinde, a personagem principal, é personagem da nossa família também. Eles ficaram muito envolvidos, foi muito bonito de ver.”

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Capitães da areia

O primeiro contato de Ynaê com a obra do escritor baiano foi no ensino fundamental. Segundo ela, foi “um misto de sensações” ler um livro sobre adolescentes sendo uma adolescente. O mundo retratado na obra, marcado pela pobreza, e a vida de jovens que muitas vezes passam despercebidos trouxeram para perto um Brasil que ela sabia existir, mas que lhe parecia mais distante. “Foi um livro que me marcou. Pensar nessas histórias subalternizadas, silenciadas. Teve um impacto muito forte.”

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A metamorfose

Outro clássico lido pela historiadora ainda muito jovem, por volta dos 13 anos, por indicação do pai. A história do caixeiro-viajante que certa manhã acorda metamorfoseado num inseto se destacou, para ela, pela capacidade de apresentar o leitor ao desconhecido. “Uma literatura que te leva para um outro lugar, uma outra dimensão.”

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Quarto de despejo

“Foi um impacto.” É assim, em poucas palavras, que Ynaê define a primeira leitura do livro de Carolina Maria de Jesus, aos 12 anos. Mais uma vez foi seu pai, que, além de professor, era militante do movimento negro, quem lhe indicou o livro. O cotidiano cruel de uma das primeiras escritoras negras do país nas favelas de São Paulo comoveu, e muito, Ynaê. Tanto que a historiadora revisitou a obra anos mais tarde.

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Cem anos de solidão

Foi nas estantes da tia, que morava no Rio de Janeiro, que Ynaê encontrou esse livro, aos 13 anos de idade. Uma leitura que a deixou sem palavras. As camadas do tempo, a narrativa, as mil e uma sensações que brotaram a arrebataram por completo. “Foi um maravilhamento mesmo”, tão forte que ela (por enquanto) não quer reler o livro para não sobrepor “a sensação de ter lido pela primeira vez”.

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Manuelzão e Miguilim

Quando estava entrando na faculdade, Ynaê teve o primeiro contato com Guimarães Rosa. Não foi com o clássico Grande sertão: veredas, cuja leitura foi um tanto mais lenta, mas sim com Manuelzão e Miguilim, que considera seu título preferido do autor e o mais marcante. Para ela, há uma outra cadência de linguagem no livro, mais próxima da oralidade, e que “está relacionada com esse Brasil meio profundo”.

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Americanah

Ambientada na Nigéria e nos Estados Unidos, a história de amor que trata das questões de raça e gênero foi muito especial para Ynaê, sobretudo as vivências da personagem e o universo retratado na obra. “Foi a primeira vez em que eu li um livro e me identifiquei com uma personagem, quase trinta anos depois de ter aprendido a ler”, confessa.

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Um defeito de cor

Esse romance histórico é uma obra que a pesquisadora indica para todos os leitores. A travessia da África para o Brasil de uma mulher cega e à beira da morte, que teve uma vida marcada por mortes, violência e escravidão abriu seus horizontes para as possibilidades da escrita. “Esse livro foi importante por me ajudar a pensar como escrever História de uma forma menos dura, estritamente acadêmica.”

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Memórias póstumas de Brás Cubas

Ynaê conta que este é o único livro que ela já leu mais de uma vez. A primeira foi quando era adolescente. Achou curioso, mas, na época, gostou mais de Dom Casmurro. Voltou à leitura mais tarde, e aí achou “fantástico”. A prosa oitocentista a influenciou muito, até mesmo em sua vida como pesquisadora. “Foi um livro que me ajudou a pensar o meu objeto de estudo, as conexões possíveis”, conta.

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O mundo se despedaça

Este livro foi um presente, em todos os sentidos. Ganhou a edição em inglês, que foi de extrema importância para Ynaê justamente por trazer a decadência da vida tribal devido à chegada do colonizador branco – já que ela estuda e trabalha com a história africana vinculada à brasileira. “Ele explicou pela literatura tudo que eu sabia pela história.”

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Os doze trabalhos de Hércules

Ter lido Monteiro Lobato na infância provocou em Bortoluci reflexões que perduram até os dias atuais. Essa obra foi importante “para entender o encanto da leitura e que ela nunca é inocente, que carrega visões de mundo”.

O clássico de Lobato, publicado em 1944, reconta, com a participação de personagens do Sítio do Picapau Amarelo, o mito grego de Hércules. O semideus grego tem de realizar doze missões dificílimas como forma de penitência e redenção após ter matado a própria esposa e os filhos.

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Memórias póstumas de Brás Cubas

A primeira vez que leu a célebre obra de Machado de Assis foi ainda na adolescência, um exemplar que tomou emprestado da biblioteca da escola. Depois, releu para o vestibular e, já na faculdade, debruçou-se sobre o título mais uma vez. 

Dessas experiências de leitura surgiu “a paixão pela ideia de construção de narrador” e perguntas como “o narrador é confiável?”, “a partir de onde ele narra?”, o que foi fundamental para a escrita de seu primeiro livro. 

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Grande sertão: veredas

Para Bortoluci, a obra de Rosa “é o maior livro brasileiro já escrito”.  Ele se deixou envolver pela riqueza construtiva da trama e pela sedução da narrativa, mesmo que esta tenha lhe parecido uma leitura difícil. A jornada do jagunço Riobaldo e seu envolvimento com Diadorim provocaram nele o que considera um “amadurecimento como leitor”.  

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Rastejando até Belém

Durante o tempo que viveu nos Estados Unidos para cursar o doutorado, Bortoluci mergulhou na literatura escrita em inglês e conheceu a obra de Didion. “Ela me sequestrou logo na primeira frase”, confessa. 

Os ensaios reunidos nesse livro capturam mudanças sociais, culturais e políticas vivenciadas na década de 1960 a partir de observações pessoais e filosóficas da escritora e jornalista. Tais observações “constroem um sentido de mal-estar através das palavras que mostram que o mundo está sempre indo para o buraco”. Foi o livro que conquistou de vez o autor para a não ficção. 

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Notas de um filho nativo

Ao usar sua própria experiência para refletir sobre o que representa ser um escritor negro e homossexual nos Estados Unidos, Baldwin oferece um depoimento pungente sobre os direitos civis nos anos 1960. 

Para Bortoluci, o romancista estadunidense é um autor único, que oscila entre o micro e o universal, e que consegue ser teórico ao mesmo tempo que fala do cotidiano.

“Só ele poderia escrever com a verve que escreve. É o melhor ensaísmo do século XX”, define.

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Argonautas

Leitura que acompanhou Bortoluci durante a escrita de seu livro, a obra o ajudou a “entender os caminhos possíveis para combinar teoria e história pessoal”. 

Vencedor do National Book Critics Circle Award em 2015, Argonautas pensa desejo e identidade, as limitações e as possibilidades do amor e da linguagem a partir do relacionamento entre a autora e Harry Dodge, uma pessoa de gênero fluido. Bortoluci conta que sempre volta às anotações sobre a obra, que considera “riquíssima”. 

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Fragmentos de um discurso amoroso

Outra obra que é cara a Bortoluci pela forma como combina teoria e experiência pessoal.
Publicado pela primeira vez em 1977, a obra de Barthes se propõe a analisar como se estrutura o discurso amoroso a partir de exemplos da literatura, da história, da filosofia – e da própria experiência do autor. 

Bortoluci diz que Barthes consegue fazer romance enquanto faz teoria e por isso é “o mais poético dos teóricos”. 

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Senhores do orvalho

Traduzido para dezenas de línguas, o romance de 1944 gira em torno de um homem que retorna a seu povoado, no Haiti, após passar 15 anos em Cuba, e ali encontra uma terra devastada e seca, com a população padecendo. Mergulhando nas tradições ancestrais, ele tenta unir sua gente em uma luta pela sobrevivência e emancipação.

“Provavelmente a primeira obra literária do Caribe a falar de questões políticas e ambientalistas.” Malcom encontrou com essa que é considerada uma das obras fundadoras da literatura haitiana pelo menos três vezes: uma na adolescência e outras duas vezes na vida adulta, a primeira quando trabalhava em uma missão humanitária em Darfur, no Sudão, e depois quando escrevia a tese de doutorado que deu origem a Uma ecologia decolonial.

 

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Amada

Lido na universidade, o romance vencedor do Pulitzer de 1988 impressionou Malcom pela forma como trata as feridas da escravidão a partir da história de Sethe, uma mulher que fora escravizada e que está em fuga pelos Estados Unidos. Resistindo ao controle colonial sobre sua matriz, ela toma uma importante decisão que por muito tempo vai assombrá-la. 

“Foi a primeira vez que li um livro em que era possível sentir a escravidão de outra maneira, através dos afetos. Também foi a primeira vez que eu disse ‘ok, isso é literatura!’.”

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A tempestade

Malcom explica que A tempestade de Césaire o ajudou a compreender melhor não apenas a história colonial da Martinica e do Caribe, mas também como catástrofes climáticas estão longe de ser mero fruto do acaso. São resultado de certas maneiras de habitar a Terra que exacerbam as desigualdades e as relações de poder, e, como tal, prolongam a dominação dos senhores sobre aqueles mantidos em posições mais vulneráveis.

“É formidável como Césaire conseguiu condensar tanta coisa em um livro tão pequenino.”

Releitura da obra homônima de Shakespeare, essa peça publicada pelo poeta, dramaturgo e intelectual martinicano em 1968 também acompanhou Malcom durante sua tese. Não à toa, um trecho abre o prólogo de Uma ecologia decolonial e a obra inclusive ganha um subcapıtulo.

Isolado em uma ilha com sua filha e o escravizado Caliban, Próspero, então duque deposto de Milão, recupera seu ducado após uma tempestade engendrada por Ariel, um espírito de poderes sobrenaturais também escravizado. Em sua peça, Césaire introduz Exú (sim, o orixá!), especifica as cores da pele dos personagens e desloca o foco da vingança de Próspero para sua relação com Caliban e Ariel, expondo assim o mecanismo das relações coloniais.

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Pele negra, máscaras brancas

Em seu primeiro livro até hoje um dos textos mais influentes dos movimentos de luta antirracista —, Fanon articula conceitos de filosofia, psicanálise, psiquiatria e antropologia para descortinar os mecanismos pelos quais a sociedade colonialista instaura a interiorização de uma inferioridade associada à cor da pele.

Mais uma obra lida e relida por Malcom em, ao menos, três momentos diferentes de sua vida e que o marcou pela radicalidade da argumentação de Fanon, assim como pelo fato de serem conterrâneos.

“O livro me tocou, não apenas por interesse intelectual, mas por oferecer uma tentativa de compreensão da realidade a partir da qual eu vim ao mundo.” 

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O quarto século

Mais uma das grandes referências do pensamento decolonial, o filósofo e escritor martinicano Édouard Glissant conta nessa obra a história de Longoué e Beluse, dois  africanos que chegam à Martinica na condição de escravos e que acabam tomando rumos bem diferentes. 

Alternando passado e presente, Glissant trata da angústia do desenraizamento, das diferenças entre memória e história, e da reconstrução da identidade martinicana.

“O que ele tenta pensar e fazer é maravilhoso! A poesia, o esforço”, Malcom diz, admitindo que não gosta tanto desse livro como romance, mas que admira muito o trabalho do autor. 

 

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Poesia Completa

A obra da escritora e ativista estadunidense sempre inspirou Malcom, que destaca dois de seus poemas: Ainda assim eu me levanto (que foi musicado por Ben Harper) e Pássaro engaiolado. O primeiro “me acompanhou em diversos momentos da minha vida, tem algo de existencial nele pra mim. E não unicamente como algo que deve ser estudado, de ter o estilo, a prosa, o argumento esquadrinhados, mas verdadeiramente como algo que ajuda a viver”, revela. 

O segundo, inspirado no poema Sympathy, de Paul Laurence Dunbar, chamou a atenção do martinicano por falar da supressão da liberdade. Ao incluir poemas de Angelou e Dumbar em Uma ecologia decolonial, Malcom comenta que eles demonstram como pessoas racializadas, por viverem “uma experiência multissecular” do humanismo discriminatório da modernidade, podem ter uma empatia singular com animais não humanos.

“Está na hora de essa empatia de liberdade ultrapassar a analogia e encontrar uma verdadeira tradução política.”

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O caso da borboleta Atíria

Publicada na coleção Vaga-Lume – marco da literatura infantojuvenil brasileira –, a aventura da borboleta Atíria para desvendar o mistério por trás da morte de duas moradoras da floresta foi a primeira leitura que provocou impacto em Itamar. “Eu imaginava: nossa, quantas possibilidades, quantos insetos. Era como se tivesse aberto um portal e eu tivesse mais atenção para a vida à minha volta”.  A obra inspirou tanto Itamar que ele escreveu uma história sobre abelhas que emulava a do livro.

“Tantos anos depois eu ainda lembro desse livro. De fato foi uma história que me marcou e me fez querer escrever.”

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Dom Casmurro

Ainda na adolescência Itamar se encantou por Machado de Assis. Foi a edição de Helena, encontrada em uma papelaria, que abriu as portas para todas as outras obras machadianas que encontrou pela frente, incluindo o clássico Dom Casmurro. Para ele, a história do possível adultério de Capitu e da desconfiança de Bentinho mostra, mais que tudo, o declínio do ser humano.

“Uma história tão forte… É um livro que fala sobre a insegurança do ser humano, mas também fala da perversidade, do que a gente é capaz de fazer quando a gente se sente traído.”

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Amada

“É uma história extraordinária, me marcou profundamente.” A escrita de Toni Morrison o comoveu de imediato. “Foi tão forte que eu já fiz várias releituras nos últimos 15 anos e já dei cursos sobre esse livro”. A história de uma escravizada estadunidense em fuga com seus filhos comoveu Itamar.

“O que ficou marcado para mim foi uma pergunta – e eu gosto de histórias que deixam perguntas: ‘o que é a liberdade’?”, conta.

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A paixão segundo G.H.

Para Itamar, dificilmente alguém irá escrever algo como o que Clarice Lispector escreveu nessa obra singular. “É um livro absolutamente diferente de uma narrativa tradicional. É uma viagem, uma imersão em si mesmo, na maneira como percebemos o mundo.” A trama à primeira vista banal, sobre o encontro de uma mulher da alta sociedade com uma barata no quarto de serviço de sua casa, encantou Itamar de tal forma que ele deu o nome da protagonista a sua gata, hoje com 16 anos.

“As possibilidades da linguagem, o que a gente pode dizer, tentar exprimir com nosso vocabulário. É esse o exercício que ela faz com aquele devaneio de escrita. Foi um livro que me marcou muito”, afirma.

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Gabriela, cravo e canela

O romance de 1958 que virou sucesso também na TV se destaca para Itamar pela escrita de Amado, influência do cordel e, sobretudo, pela forma como trata da liberdade da mulher.

“Essa personagem é extraordinária”, comenta sobre a protagonista, ressaltando a força das personagens do livro, “são pessoas do povo e para as quais poucas vezes a literatura se voltava”.

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Grande sertão: veredas

A jornada do jagunço Riobaldo é uma história atemporal à qual ele volta e meia retorna, por sua admiração pelo universo e a linguagem inovadora de Guimarães Rosa. “É um livro seminal, de onde surgem muitas coisas. Insights para muitas histórias”. Os ecos provocados pela narrativa perduram em sua vida, ele conta.

“São personagens marcantes que a gente carrega com a gente mesmo após o fim da leitura”.

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A insustentável leveza do ser

Itamar conta que, por volta dos 18 anos, quando trabalhava tirando xerox numa escola,  pegou o livro emprestado de uma professora. A obra o impressionou por contar as histórias de muitas vidas ao mesmo tempo que permitia ao leitor olhar para episódios marcantes do século XX, como o Maio de 68.

“É um livro que manipula bem o tempo narrativo. Talvez seja isso que me atrai mais intensamente”.

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O diabo no corpo

A obra do escritor francês que inspirou o filme homônimo conta o primeiro contato de um adolescente com uma mulher já adulta e, segundo Edson, se tornou importante para ele por tratar de experiências ainda não vividas pelos adolescentes.  

“Os livros que nos atraíam eram livros que pudessem de alguma forma abrir a possibilidade de conhecimento que nós estávamos ansiando ter.”

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Poesia do modernismo

Para Edson, seu apreço pela poesia surgiu a partir da reunião feita por Mário da Silva Brito.

“Foi um deslumbre para mim conhecer aquela poesia. Eu conhecia alguma coisa de Castro Alves, de Gonçalves Dias. Mas essa poesia não teve para mim o impacto que teve essa antologia da poesia modernista.”

Foi também a escrita de Mário que lhe abriu as portas para a obra drummondiana, que ele só conhecia, até aquele momento, por meio das colunas publicadas no Jornal do Brasil.

“É aí que eu conheço Drummond, por exemplo, que vai ter um grande impacto na minha vida.”

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Recordações do escrivão Isaías Caminha

Edson leu o romance de estreia de Lima Barreto durante o ensino médio.

“Eu o conheci por volta de 16, 17 anos… É um livro de importância crescente e que nós devemos valorizar”.

Abordando o tema do racismo e da exclusão social, um narrador negro conta o que é buscar espaço na sociedade brasileira do começo do século XX.

“É um livro de importância crescente e que nós devemos valorizar. […] A prosa literária não tinha dito ainda o que Lima Barreto vai dizer”, completa.

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Morte e vida Severina

Foi na juventude que Edson conheceu a escrita de João Cabral de Melo Neto. Naquele período era muito comum que os estudantes encenassem “Morte e vida Severina”.

Conta que  “assistir àquela peça foi um impacto imenso no clima que era 1968, um clima de agitação estudantil fazendo um enfrentamento à ditadura militar”.

A obra em questão conta a trajetória de Severino, que parte do sertão nordestino em busca de melhores condições de vida.

“Nós estávamos imbuídos de tarefas cívicas, de preocupação com o destino do Brasil e ao mesmo tempo aprofundando o conhecimento literário”.

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Alienação e humanismo

Esse livro, que busca descobrir as causas fundamentais da alienação a que o homem foi lançado, foi fundamental para abrir a cabeça de Edson.

“Tentar compreender o que é um ser alienado, o que é estar distante da história de seu país, de si mesmo e de seus valores como pessoa. A alienação não só do seu trabalho, mas dos valores e cultura humana”, revela.

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O alienista

Uma das obras machadianas de que Edson mais gosta é esse conto. Com humor, trata da insanidade a que pode chegar a ciência, através da história de um médico à frente de um hospício oitocentista que se torna palco de experimentos em cobaias humanas. É uma escrita que o ensaísta conheceu na adolescência e que retorna frequentemente.

“O adolescente compreendia muito pouco do Machado que eu vou compreender ao longo dos anos. Foi voltando, relendo, que eu fui cada vez mais compreendendo”, conta.

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O abolicionismo

Empenhado na campanha abolicionista, Nabuco apoiou a questão social de seu tempo e esteve à frente de seus pares. Para entender o término da monarquia e o advento da república é fundamental compreender o momento histórico da abolição e o ensino da escravidão sobre um viés econômico e não humanístico nas escolas. O autor trata da escravidão e do vazio de sua reparação, expresso fisicamente no livro como uma projeção da realidade.

“Nós não fomos educados para ver a escravidão como um crime praticado contra seres humanos. Isso muda tudo, se você coloca as coisas neste termo e educa as pessoas dessa maneira”.

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A bolsa amarela

A importância deste clássico infanto-juvenil na vida de Carola está ligada principalmente a sua visão de mundo. “Grande parte do que eticamente eu fui me tornar vem desse livro.”

 

A obra conta a história de uma menina em conflito consigo mesma e com sua família. Em meio ao mundo real e aquele criado por sua imaginação fértil, vamos conhecendo seu dia a dia, suas vontades e seus medos. Carola conta que, recentemente, quando comprou o livro para a reler com a filha, se deu conta do impacto que ele teve em sua formação como escritora, em seu estilo e nas escolhas literárias que faz.

 

Ela destaca ainda como esse “livro extremamente político” apresenta metáforas da sociedade e ajuda as crianças a nomearem sentimentos complexos. “Os grandes livros infantis não são livros tatibitates que mostram o mundo cor-de-rosa”.

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A paixão segundo G.H.

Seu primeiro contato com a escrita de Clarice aconteceu na adolescência.Sua reação imediata foi a de pensar “não entendi nada”, mas ela sabia que A paixão segundo G.H. a havia marcado de uma maneira profunda. Dessa experiência de leitura, ela tirou um ensinamento valioso: precisamos aprender a sustentar o “não saber”.

 

“Há um espaço que está justamente naquilo que é o mistério, naquilo que a gente não consegue explicar totalmente e é nesse espaço que se dá algo muito forte, que vai reverberando durante a vida.”

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Quarto de despejo

O relato da luta cotidiana de uma catadora de papel para sustentar seus filhos em uma favela de São Paulo inspira Carola não apenas pelo enredo, mas também pelo estilo, por sua estética única. “Aquelas frases super curtas têm uma respiração própria”. Segundo ela, Carolina Maria de Jesus encontra na dificuldade da escrita uma linguagem própria, revelando que a boa literatura também nasce a partir da falta. “Muitas vezes, é da nossa impossibilidade, da nossa busca por aquilo que a gente não consegue fazer conforme a norma, que surge a voz do escritor.”

 

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Esferas da insurreição

Ao tratar das movimentações políticas que despontaram a partir da crise econômica mundial de 2008, incluindo as que resultaram no golpe de 2016, Rolnik analisa, nos ensaios deste livro, as micropolíticas que nos compõem e trata da descolonização do inconsciente. Para a psicanalista, há a ilusão de um “eu” imutável, quando na verdade estamos constantemente sendo atravessados pelo mundo.

 

“Essas mudanças que aconteceram criaram uma contrarreação. […]  É uma reação justamente a esse novo, a essas vozes que não estavam tão fortes e agora estão. Esse livro explica um pouco esse movimento que a gente faz e que muitas vezes dá medo, mas que a gente tem que fazer”, afirma Carola.

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A queda do céu

O relato de um grande xamã e porta-voz dos Yanomami sobre a destruição da Amazônia é um olhar único sobre os saberes dos povos da floresta. Segundo Carola, ele traz uma experiência de alteridade que muda nossa forma de pensar o outro. “Esse livro me marca muito porque ele obriga a gente a olhar, além de para a cultura Yanomami, para a riqueza desse pensamento”, conta.

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O guarani

A história de Peri e Ceci chegou às mãos de Nazareth na escola, pelas aulas de Português e Literatura. Anos mais tarde, interessado na questão indígena no Brasil, o artista mineiro revisitaria o clássico brasileiro com novo olhar.   

“Tinha toda uma narrativa que depois fui  rever e questionar… essa construção desses personagens que os aproxima da construção do Brasil. Você vai criando essa figura do bom selvagem, o Peri, e do mau selvagem, os aimorés, essa construção que permaneceu.”

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Éramos seis

Outra leitura dos tempos de escola, este livro se destacou para Nazareth não apenas por seu cenário, uma São Paulo em plena expansão no início do século XX, cheia de localizações que ele iria conhecer ao vivo e a cores anos depois, mas principalmente pela protagonista Lola e o olhar que ela, em meio ao desmoronamento de sua família, lança sobre sua própria história, uma história que se cruza com a  da cidade, do país e do mundo. “A gente vai olhando pra gente mesmo.”

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Trilha estreita ao confim

“É aquele que eleva o haikai a uma categoria de alta literatura”, comenta Nazareth sobre o grande mestre dos poemas curtinhos de origem japonesa. Em Trilha estreita ao confim, temos acesso a três relatos de viagem de Basho (1644-1694), incluindo “Visita ao santuário de Kashima”, repleto de haikais.   

Foi Matsuo Basho quem abriu os olhos do artista para outros autores do lado de cá, como Leminski e seu Catatau, obra marcada pelo experimentalismo. “É uma coisa que me alimenta, o desejo dessa multiplicidade da comunicação e da língua”, observa Nazareth.

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Um defeito de cor

O romance sobre a travessia de uma africana idosa, cega e à beira da morte, em busca do filho perdido há décadas no Brasil, é para Nazareth uma daquelas grandes sagas de famílias que o atraem: histórias cruzadas pela História. Este livro, por sua vez, o fez lembrar de outro do qual gostou muito: Raízes, a saga de uma família, do estadunidense Alex Haley. “São livros diferentes, mas que se aproximam”.

A leitura de Um defeito de cor ficou inacabada: perdeu um exemplar, conseguiu outro, perdeu de novo. Mas o que leu foi o suficiente para que o livro se destacasse. “É uma história construída por muitos laços, cheia de outros textos”, comenta o artista. Quem sabe ele não volta ao livro?

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O desaparecido ou Amerika

Em seu primeiro romance, Kafka conta a história de Karl Rossmann, um jovem alemão que, forçado pela família a emigrar para os Estados Unidos, vê suas expectativas se chocarem com a dureza da “terra do trabalho e da liberdade”. 

Para além do personagem errante e do tema da migração, a obra inacabada do escritor tcheco – publicada postumamente por Max Brod, amigo que se recusou a destruir seus manuscritos – se destaca para Nazareth por seu ritmo. “É um livro que acontece do modo que eu leio… essa leitura picada, que acontece num tempo esparramado

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Tempo de migrar para o norte*

A obra do autor sudanês sobre um homem dividido entre dois continentes, África e Europa, toca em um dos temas que Nazareth não apenas explora em seu trabalho como também com que se identifica: o ir e vir da migração. “Sou de uma região em que todo mundo sonha em migrar para o norte global… Livros como esse de alguma maneira esbarram na minha vivência, na vivência dos meus pares”, conclui.  

  • * Livro disponível exclusivamente na TAG.
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Poesia completa de Alberto Caeiro

Djaimilia conta que leu a obra do principal heterônimo de Fernando Pessoa em uma edição já velhinha da editora Ática, que pousava na estante de seus pais: “Li-o e decorei-o na adolescência”. O que lhe chamou a atenção foi a capa branca – um exemplo de que julgar o livro pela capa também pode trazer boas surpresas.

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O amante

O primeiro contato da escritora luso-angolana com essa premiada novela autobiográfica foi ainda na adolescência. Djaimilia revela que foi a francesa quem a inspirou a começar a escrever. “Li tudo o que apanhei dela nesses anos, começando por esse livro. Nesse tempo, imaginava-me um dia velhinha e fumante como ela, a escrever romances curtos.”

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A carta de Lord Chandos

Publicada por Hofmannsthal num jornal de Viena em 1902, a carta de Lord Chandos para Francis Bacon narrando a impossibilidade de escrever e atestando sua renúncia à atividade literária chegou a Djaimilia quando ela já estava na universidade. A dose de tragédia apaixonada da epístola cativou a escritora, que diz ter “um fraco por histórias patéticas, por um modo ‘de caixão à cova’ de encarar a vida”.

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Os devaneios do caminhante solitário

Djaimilia foi apresentada a esse livro no começo da vida adulta, por um homem velho e sábio que lhe ensinou muito. “Talvez o livro que mais me marcou e que mais importância tem no modo como concebo o que é ser uma escritora”, declara. Escrita ao longo dos últimos dois anos de vida de Rousseau e só publicada postumamente, em 1782, a obra registra as impressões do filósofo sobre a natureza do homem, sua individualidade e conduta, num momento em que se sentia isolado pelas críticas a seus escritos e suas posições humanistas.

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Os pescadores

O livro favorito de Djaimilia, de seu escritor em língua portuguesa predileto. “Obra-prima absoluta da pintura”, esta reunião de crônicas publicada no início do século XX oferece belos e poéticos retratos da vida difícil dos pescadores portugueses.

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Vidas secas

A história de Fabiano e sua família atravessando o sertão é, para Paulo Scott, “uma combinação de pequenos contos que fala de maneira genial sobre a lógica escravagista brasileira, essa coisa que hoje fica tão clara no debate contemporâneo”. Ele acrescenta que a possibilidade da animalização do ser humano, presente no romance de 1938, é mais atual que nunca.

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A náusea

“O livro da minha vida”, diz Paulo Scott, “me inspira até hoje.” O protagonista Antoine Roquentin descobre a ausência de sentido da vida e passa a anotar todos os seus sentimentos. Segundo Scott, há aqui “uma combinação de entendimento filosófico e manipulação de uma perspectiva pessoal-filosófica, inserida numa trama, num protagonismo cercado de dúvidas e solidão, e se articula como espelho da crise pós-moderna”.

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A peste

O escritor franco-argelino, Nobel de Literatura, descreve as mudanças na cidade de Orã após a chegada de uma peste. Para Paulo Scott, trata-se de “um romance que, na verdade, é uma crítica ao fascismo alemão, ao nazismo. O modo como se encara a morte e o engajamento das pessoas é algo que faz muito sentido com a tragédia que estamos passando com a Covid-19”.

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Diário de um ladrão

Controverso, o livro do escritor francês traz prostitutas, travestis, homossexuais e outras populações marginalizadas, elevando-os à categoria de heróis. “Jean Genet articula uma dicção maravilhosa para estabelecer uma espécie de recusa da realidade que passa por certo tracionamento do ego no sentido de prevalência, quando ele admite na história uma normalidade plena da tragédia humana, relacionando isso a uma soberania, a um status de domínio e controle dentro dessa desgraça. Algo maravilhoso sob o ponto de vista da fabulação. Leio sob a lente da poesia e acho extremamente exitoso”, diz Paulo Scott.

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Um defeito de cor

Para Scott, a monumental saga de Kehinde, com quase 1.000 páginas, é “com certeza o romance mais importante escrito no século XXI”. Segundo o escritor, o romance “explica o Brasil pro Brasil, explica a estrutura econômica brasileira, as injunções religiosas, a constituição da sociedade, as negociações a que todos nós na América somos submetidos, uma vez que prevalecem sempre a violência e a América, e o Brasil não é diferente, parece condenada a viver sempre sob essa lente da violência”.

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Os ratos

Naziazeno precisa pagar o leiteiro. Ao longo de um dia, perambula pela capital gaúcha tentando arrumar um modo de sanar essa dívida. Segundo Paulo Scott, o romance de 1935 é “uma obra-prima, também fala dessa máquina de oprimir pelo endividamento, isso que hoje se fala do homem endividado dentro do capitalismo, que não consegue fugir e escapar da dominação”.

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A fúria do corpo

Publicado em 1981, o romance se passa na ditadura militar e tem como protagonistas um casal de mendigos. Segundo Scott, existe no livro uma capacidade de “ampliar a noção de heterotopia na literatura brasileira contemporânea e a assunção de uma espacialidade muito bem explorada nessa presença do protagonista que ele apresenta e insere dentro de um cenário de estresse da existência”. Paulo Scott lembra que, segundo César Aira, João Gilberto Noll  deveria ter ganhado o Prêmio Nobel de Literatura.

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Heliogábalo ou o anarquista coroado

O livro do escritor francês sobre o controverso imperador romano chegou às mãos de Pablo Katchadjian durante o ensino médio, quando fazia parte de uma banda punk. Embora confesse que não lia muito na época, ele acabou atraído pelo “anarquista” do título. 

“Me fez pensar que o livro pudesse ter a ver com a música que eu escutava todos os dias. Mas quando o abri e li as primeiras páginas, aconteceu outra coisa. […] Eu não sabia que escrever poderia ser isso. Esse foi meu primeiro encontro com a intensidade em forma de livro”, comenta o argentino.

[Disponível em Escritos de Antonin Artaud]

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Michael Kohlhaas

Uma das grandes obras-primas da literatura alemã, esta novela de 1808 faz uma ponte entre a literatura medieval e moderna. A trama gira em torno de um comerciante de cavalos que se vê vítima de uma injustiça. Em busca por reparação, ele toma a lei em suas próprias mãos. “Me marcou por sua velocidade e loucura ética: para Kohlhaas, ‘o sentimento de justiça o transformou em um ladrão e um assassino’.”

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Os sonhos teus vão acabar contigo

Um dos fundadores da OBERIU (Associação para uma Arte Real), grupo de vanguarda russo do fim da década de 1920, Kharms tem uma obra marcada pela linguagem concisa, pelo humor e nonsense. “O absurdo se torna misticismo quando há um centro que não se pode nomear”, comenta Pablo Katchadjian. Esta coletânea reúne prosa, poesia e teatro que dialogam de frente com os dilemas da arte e da vida.

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Um conto de fadas mexicano e outras histórias

Nascida na Inglaterra, a artista e escritora surrealista passou boa parte da vida no México, para onde fugiu durante a Segunda Guerra. O sonho, o delírio e o insólito da condição humana são alguns dos elementos encontrados nos textos deste livro. “São contos raros e charmosos”, diz Pablo, que aponta também o romance La trompetilla acústica (inédito no Brasil) como outro destaque da obra da autora.

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O compromisso

Doze histórias que transitam entre jornalismo e literatura, entre realidade e ficção. Em O compromisso, o escritor russo descreve sua incursão pelo jornalismo no jornal Estônia Soviética, em Tallinn, nos anos 1970. “É solto e formal ao mesmo tempo. Ou talvez seja solto porque é formal.”

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Sol artificial

A onipresença da tecnologia em nossas vidas é confrontada por Zooey neste livro de estreia que reúne pequenas narrativas e personagens inusitados, como um homem que acredita ser um vírus de computador.

Com sua prosa experimental, o conterrâneo de Pablo conquistou o público e a crítica. “Nossos primeiros livros em português saíram quase juntos no Brasil, o que confirma a rara afinidade que existe entre nós e também entre nossos livros.”

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A débil mental

“Outra amiga e outra afinidade rara e intensa”, diz Pablo Katchadjian. Em seu segundo romance, a escritora, roteirista e dramaturga argentina explora a relação entre uma mãe e uma filha que se espionam, se odeiam, se amam. Um livro a um só tempo sensível, bonito e perturbador sobre laços familiares.

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Vidas secas

Os livros de Graciliano Ramos, especialmente Vidas secas e São Bernardo, fazem parte de todas as épocas da vida da escritora:Transformam o choque provocado pela experiência de fome, pobreza e injustiça social do Nordeste (experiência pessoal minha) na expressividade dura e raivosa da linguagem de silêncio (ou do mutismo) de seus personagens, de suas viagens psicológicas, de sua revolta”, revela Felinto.

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Demian

Marilene Felinto conta que, em sua juventude, os romances de Hermnan Hesse foram muito importantes, em especial o primeiro, Peter Camenzind, “romance que trata da saudade da infância deixada para trás no tempo e no espaço, e da volta do protagonista ao cenário desta infância”, e Demian, “romance que trata da solidão, do desajustamento, da rebelião da juventude e da busca por identidade por meio da arte, temas que se aprofundam nos demais livros do autor”, explica.

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A cidade e as serras

Marilene destaca também os livros de Eça de Queirós, “autor que não esconde seu ódio pela burguesia portuguesa e faz crítica contundente aos costumes e à moral de uma sociedade ainda monárquica e tradicionalista”, em especial A cidade e as serras, que expõe a oposição entre o campo e a cidade, “no que isso tem de confronto entre o agrário, o mundo do trabalho rural (profundo e produtivo), e a vida de progresso tecnológico e luxo do homem da cidade (superficial, indolente e explorador)”.

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O retorno do nativo

O romance de Hardy está na seleção de Marilene Felinto sobretudo “pela beleza da construção de suas intensas personagens femininas, vítimas perdidas mas também protagonistas de uma época e de um ambiente rural rústico, restrito e ao mesmo tempo bucólico”.

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Perto do coração selvagem

Clarice Lispector, conta Marilene, foi quem lhe mostrou como é que uma mulher poderia escrever “sobre seu mundo interior (a partir do aparentemente irrisório exterior) e da sua realidade (a partir da sua sobrenaturalidade): linguagem, invenção de linguagem, reinvenção de si mesma”. Perto do coração selvagem, O lustre, Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres, A paixão segundo G.H. e A hora da estrela, além de todos os demais romances e todos os contos de Clarice Lispector, foram livros formadores para ela.

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O FIM DE EDDY

Em O fim de Eddy e História da violência, Édouard Louis narra sua vida marcada por conflitos entre sexualidade, família e a sociedade francesa. Para Tati, a leitura desses livros deixa muito claro que se trata de um escritor que não tinha voz durante a infância e a adolescência. “A hora em que ele vira escritor não tem como não ser em primeira pessoa. Ali há uma defesa da primeira pessoa como sobrevivência”, explica.

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DE VELUDO COTELÊ E JEANS

Um dos grandes humoristas norte-americanos, David Sedaris escreveu 22 crônicas autobiográficas que exploram de forma ácida sua existência, abordando a condição de homossexual e membro de uma família de origem grega. “Ali eu saquei que dar uma detonada na família, nos relacionamentos amorosos e em si mesmo era um jeito carinhoso de olhar para essas pessoas”, explica Tati.

 

[fora de catálogo]

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PERGUNTE AO PÓ

O quarteto formado por Pergunte ao pó, O caminho de Los Angeles, Sonhos de Bunker Hill e Espere a primavera, Bandini, narra as aventuras do alter ego de John Fante, o escritor Arturo Bandini. “Eu queria ser Arturo Bandini, aquele escritor meio pobre se fodendo para ter história”, conta Tati. Escritos entre 1936 e 1982, os quatro romances influenciaram gerações e são um mergulho na América do pós-1929, com personagens marcados por crises pessoais e a luta diária pela sobrevivência.

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O COMPLEXO DE PORTNOY

Quando leu esse clássico de Philip Roth, Tati Bernardi descobriu que também queria escrever sobre suas fantasias e coisas de que ninguém fala. No monólogo do advogado Alexander Portnoy para seu psicanalista, dr. Spielvogel, masturbação e outros temas tabus são tratados de modo hilariante. O livro causou impacto ao ser lançado em 1969, no auge da contracultura, e ajudou a estabelecer o nome de Roth como um dos grandes autores norte-americanos.

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O FILHO ETERNO

Sucesso de público e crítica, e vencedor dos principais prêmios literários do país, O filho eterno narra o nascimento de um filho com Síndrome de Down pela ótica do pai. Para Tati, trata-se de uma autoficção brilhante. “Tem essa coisa de transformar uma dor pessoal num romance foda. O livro não é sobre ele, mas a gente sabe que é. Acho muito que a literatura é isso, quase como se estivesse deitado no divã tentando elaborar”, conta.

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RETRATO DE UM VICIADO QUANDO JOVEM

Agente literário, o norte-americano Bill Clegg transformou em literatura seu vício em crack. Segundo Tati, esse foi o livro que a destravou para escrever Depois a louca sou eu, publicado em 2016. “Eu andava viciada em remédio tarja preta, na época. Claro que não dá pra comparar, Clegg era viciado em crack, mas eu sentia, lendo o livro, que estava pirada precisando de droga”, explica.

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O encontro marcado

Paulo leu o clássico de Fernando Sabino, lançado em 1956, quando estava escrevendo Hélio Pellegrino: A paixão indignada (1998). Pellegrino foi amigo de Sabino e inspiração para um dos personagens de O encontro marcado. Ainda hoje ele guarda com carinho sua edição autografada. 

O romance de tintas autobiográficas mostra o amadurecimento e as questões existenciais do jovem Eduardo Marciano, que questiona sua vocação de escritor, rememora momentos marcantes da adolescência e juventude nos anos 1940 e, com isso, traça um retrato da boemia intelectual de seu tempo.

“É um romance de formação, mas ele não fica datado, tem sempre um frescor. Relê-lo é mais ou menos como recarregar as baterias. É o livro que eu mais reli na minha vida. Ele sempre tem alguma coisa a me ensinar.”.

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Lavoura arcaica

Estreia de Raduan Nassar, Lavoura arcaica foi considerado um clássico assim que foi , em 1975, tendo recebido os prêmios Jabuti e APCA de autor revelação. Paulo afirma que ficou muito impressionado ao ler o romance quando foi relançado em 1989. 

Ao saber que o recluso escritor falaria sobre a obra em um shopping do Rio, fez questão de assistir. “Fui pedir um autógrafo e ele, muito tímido, disse ‘desculpa, não estou acostumado’, e apenas assinou o exemplar, uma assinatura linda”. 

“Fiquei ruminando aquela história, li mais de uma vez.”

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O prazer do texto 

“Ele fala sobre a diferença entre o texto de prazer e o texto de fruição: o de prazer faz você viajar e o de fruição te coloca na crise. Isso nunca mais saiu da minha cabeça”, conta Paulo, que costuma incluir o livro nas discussões com seus alunos do curso de Comunicação da UFRJ. 

“É um livro pequenininho e difícil pra burro, que me desafiou muito num determinado momento da vida.”

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Para gostar de ler

“O título funcionou para mim”, brinca Paulo ao relembrar a célebre coleção de prosa e poesia lançada em 1970. Através dela, aos dez anos, ele conheceu autores como Carlos Drummond de Andrade e Rubem Braga. 

“Quando criança, como leitor, eu achava uma perfeição. Depois, na vida adulta, como editor de livros, descobri que era um projeto genial de uma pessoa genial, o editor Jiro Takahashi.”

Paulo ressalta que Takahashi, criador também da coleção juvenil Vaga-Lume, não só apresentou escritores importantes aos jovens leitores como também conseguiu que autores como o crítico Antonio Candido escrevessem para ele.

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Desonra

Paulo destaca a elegância e inteligência com que o escritor sul-africano retrata tensões raciais, sociais e econômicas de seu país nesse romance sobre um professor universitário acusado de assédio sexual.

“Fico pensando que hoje, diante do Brasil, Desonra parece uma frivolidade. Eu me pergunto que escritor poderia escrever sobre as questões do Brasil atual com o estilo do Coetzee”.

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Os últimos dias de Paupéria

Lançado em 1973, o livro organizado pelo poeta Wally Salomão e pela artista plástica Ana Duarte, viúva de Torquato Neto, reunia poemas, entrevistas e colunas de jornal do poeta, jornalista e letrista.

Paulo conta que, aos 16 anos, primeiro se apaixonou pelo objeto, um livro pequeno, “de guerrilha”, que vinha com um compacto de Gal Costa e Gilberto Gil cantando “Três da madrugada” e “Todo dia é dia D” . Depois, ficou fascinado por Torquato.

Paulo voltaria ao livro nos anos 1990, quando foi convidado a organizar uma nova edição. “Aí eu conheci a Ana e o Wally, duas pessoas muito importantes para mim.” O projeto  recebeu o título que Torquato queria, Torquatália (2004), e foi dividido em dois volumes: “Do lado de dentro”, dedicado à poesia do autor, e “Geleia geral”, que reúne os textos que ele publicou na imprensa carioca. 

“Ainda guardo o meu exemplar, que está caindo aos pedaços, mas eu não jogo fora. É uma edição histórica.”.

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Notas de um filho nativo

“É o maior livro de ensaios, em qualquer língua, do século 20. Ele é a perfeição, sem exagero”, afirma Paulo. Ele revela que conheceu a coletânea de ensaios do estadunidense há cerca de oito anos. Ao descobrir que a obra nunca tinha sido publicada por aqui, resolveu traduzir dois dos textos do livro e publicá-los, em 2017, na revista Serrote

Em 2020, o livro foi finalmente publicado no Brasil. Raça e sexualidade são temas centrais nos livros de ficção e não ficção de Baldwin, um dos nomes mais importantes da literatura americana do século XX. Para Paulo, Notas de um filho nativo é a porta de entrada ideal para a obra do autor. 

“Depois que você o lê, não tem volta. Como ele [James Baldwin] mesmo diz, ‘o mundo nunca mais será branco’, e é isso mesmo. A partir dali você não pode mais ignorar as coisas que você ignora.”

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Flicts

Considerado um marco da literatura ao utilizar a cor como linguagem, Flicts é um fenômeno editorial – a primeira tiragem, de 10 mil exemplares, se esgotou em seis meses. “Eu sabia o livro de cor, tinha decorado as cores das páginas, ele é muito imagético”, recorda Maria, que o leu aos 6 anos. Fã de Ziraldo, ela destaca ainda a importância de outro clássico do autor, O menino maluquinho (1980): “Eu me identificava muito com aquele personagem gauche, fora de padrão”.

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Para gostar de ler

Em 1970, a editora Ática reuniu a nata dos cronistas brasileiros nesta coleção que marcou gerações e que é um “denominador comum” entre Maria e seus amigos Gregório Duvivier e Xico Sá, parceiros do projeto Você é o que lê, uma série de encontros em que o trio conversa sobre literatura, cultura e contemporaneidade.

O nosso livro, Crônicas para ler em qualquer lugar, é meio inspirado no Para gostar de ler, que nós três adorávamos. Essa coleção me apresentou Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Rubem Braga. Lembro que, apesar de ter 9 anos, era fácil de ler justamente por serem crônicas.” 

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Feliz ano velho

Romance de formação de tintas autobiográficas, a história do jovem que fica tetraplégico ao bater com a cabeça no fundo de um lago se tornou um best-seller nos anos 1980, com adaptações para o cinema e o teatro.  

O livro tem um lugar especial na biblioteca afetiva de Maria Ribeiro, que, em 2000, atuou em uma adaptação do Feliz ano velho para os palcos. 

“Ele me trouxe de volta ao mundo dos livros quando eu tinha uns 14, 15 anos, numa época em que eu estava achando que ler era chato.”

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Dom Casmurro

Quando leu a história de Capitu e Bentinho pela primeira vez, na escola, aos 14 anos, Maria achou o livro chato. Uns anos depois, por insistência do irmão mais velho, deu uma segunda chance ao romance e se apaixonou. 

Aos 23, ela atuou na peça Capitu, uma adaptação da obra. A edição de Dom Casmurro publicada pela Antofágica em 2020 conta com um texto seu. 

“Lembro do lugar onde eu estava quando terminei de ler. Não queria que acabasse, foi a primeira vez que senti raiva do herói, aquele sentimento contraditório por causa da ambiguidade do personagem, que podia estar mentindo para mim.”

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Cartas a um jovem poeta

Para Maria Ribeiro, a célebre correspondência entre o poeta alemão Rainer Maria Rilke e o jovem Franz Kappus – dividido entre a carreira militar e a vocação literária – é uma “autoajuda de alto nível”. 

“Eu li com 20 anos e me marcou muito. Acho que é o tipo de livro que é preciso ler com essa idade. É uma leitura reconfortante.” 

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Juventude

O romance autobiográfico do prêmio Nobel sul-africano J. M. Coetzee foi uma indicação que Maria recebeu de sua analista. “Foi uma indireta muito direta, numa época em que eu estava com medo de fazer as coisas e não dar certo. Eu tinha 30 anos, queria escrever e tinha muita dúvida”, afirma. 

“O livro é sobre isso, sobre a dúvida de se você deve dar a cara a tapa ou ficar o tempo inteiro meio Tio Vânia [personagem da peça homônima de Tchekhov], falando sobre o que poderia ter sido e não é, sem se arriscar totalmente.”

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O caderno vermelho da menina karateca

Na primeira vez que esteve em Lisboa, em 2015, Maria descobriu e se encantou com a editora de livros infantis e juvenis Planeta Tangerina, por onde saíra o livro de Ana Pessoa. Desde então, sempre que ela visita a capital portuguesa, volta com a mala recheada de livros da editora. “Eu digo que é para o Bento [seu filho caçula], mas é tudo para mim”, brinca.

Escrito em forma de diário por uma narradora-protagonista que revela apenas a inicial do nome, O caderno vermelho da menina karateca – lançado no Brasil pela SESI-SP – foi paixão à primeira leitura. 

Eu pirei, senti vontade de levar o texto para o teatro. Dei e dou esse livro para todas as pessoas de quem eu gosto, de todas as idades.”

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O menino do dedo verde

 O clássico francês lançado em 1957 foi fundamental para selar a paz entre Kiusam e a literatura. “Na minha infância, os livros escolares obrigatórios eram os de Monteiro Lobato, o que era muito sofrido para mim. Eu passei a detestar a Emília por todos aqueles xingamentos direcionados a tia Nastácia”, lembra. Kiusam conta que as ofensas proferidas pela boneca de pano se desdobravam na vida real, contra ela, na hora do recreio. “Com O menino do dedo verde eu finalmente virei a chave. Eu tinha 12 anos e chorava de emoção com aquele menino diferente que detinha o poder de levar vida a tudo o que tocava e de tornar as pessoas boas”. A obra fazia parte da biblioteca familiar, montada a partir da iniciativa de sua mãe, que assinava o Círculo do Livro. “Nós éramos muito pobres e lembro da minha mãe dizendo para o meu pai que precisávamos ser sócios para que eu e minha irmã recebêssemos uma educação de valor”, diz.

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Negras raízes: A saga de uma família

Kiusam foi apresentada a Negras raízes aos 17 anos, através do Movimento Negro Unificado (MNU). Essa leitura foi revolucionária para ela. “Minha mãe me colocou no MNU para eu voltar a me aceitar como menina negra, e lá eu comecei a ter outras referências”, conta. A saga da adolescente Kunta Kinte, sequestrada na África e escravizada nos EUA do século XVIII, impressionou Kiusam: “O nome Kunta Kinte foi o mais falado por negras e negros naquela época. Eu sabia que nós, negros escravizados e trazidos para o Brasil, não tínhamos nossos sobrenomes originais. Eu sentia até raiva do meu sobrenome, Oliveira, por saber que era o nome dos algozes”.

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O olho mais azul

Primeira escritora negra a receber o Prêmio Nobel (1993), a norte-americana Toni Morrison é uma das autoras mais importantes na formação de Kiusam. Ela conta que leu O olho mais azul quando tinha 40 anos e desde então o releu mais de trinta vezes. “É a minha história, por isso retorno tanto a ele. Uma menina que sofreu preconceito e deseja ser aquilo que jamais poderá ser: branca, com cabelo liso e olhos azuis”, diz. Kiusam revela que sua dissertação de mestrado em Psicologia trata de questões centrais do livro de Morrison, como raça, gênero, beleza e a vulnerabilidade de uma criança na sociedade racista. “Para mim não há nada igual a esse livro”.

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Amada

Kiusam conheceu a obra mais célebre de Toni Morrison através de sua adaptação para o cinema, Bem-amada (1998). uando o livro enfim  foi publicado no Brasil, correu para comprá-lo. Vencedor do prêmio Pulitzer de 1988 e eleito em 2006 a obra mais importante dos últimos 25 nos Estados Unidos, Amada é inspirado em uma história real. “Eu fiquei muito impressionada com o fato de os negros dos Estados Unidos terem uma documentação vasta sobre a época da escravidão”, diz. Ambientado em 1873, o romance trata das marcas da escravidão recém-abolida e traça um retrato da condição do negro no fim do século XIX nos EUA.

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Cadernos Negros – edições de poemas e de contos afro-brasileiros

Criada em 1978 pelo grupo Quilombhoje, a série Cadernos Negros é um importante veículo de difusão da literatura afro-brasileira. “Na década de 1980 sempre vinha à tona esta questão: cadê os autores negros brasileiros?”, diz Kiusam. As edições anuais dos Cadernos, que alternavam poesias e contos, tentavam dar conta dessa lacuna. “Quando descobri aqueles poemas falando de uma força negra, daquilo que a gente passava, foi um divisor de águas. Eu comecei a me aventurar na poesia, mas por pouco tempo, porque não me achava boa”. Em 2020 foi publicado o 43o volume dos Cadernos Negros, com poemas afro-brasileiros.

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O herói com rosto africano: Mitos da África

Quando descobriu esse livro durante a pesquisa para o mestrado, em 1998, Kiusam não imaginava que ele a prepararia para contar histórias doze anos depois. “Minha mãe me contava mitos, o candomblé contava mitos, então eu sabia como os contos africanos eram importantes”, afirma. “Mas fora desses ambientes havia muito preconceito”. O herói com rosto africano trouxe essa mitologia para o universo acadêmico. “Foi a primeira vez que eu vi um americano trabalhar mitos iorubás do ponto de vista teórico”. Em 2010, quando o Sesc de São Paulo a convidou para contar as histórias de seu livro Omo-oba, seu livro que reconta mitos africanos, Kiusam retornou à obra de Clyde W. Ford.

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Questão de raça

Kiusam afirma que o livro do ativista e professor universitário Cornel West foi um ponto de virada em sua trajetória acadêmica. “Encontrar durante o mestrado na USP um autor negro incrível falando sobre questões teóricas que a universidade me apresentava via intelectuais brancos foi transformador”, lembra. “Eu sempre tive facilidade para guardar trechos, decorar passagens, e fui apresentando o Cornel West às pessoas, tanto no curso de Psicologia, quanto no de Educação”.

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Avedon: photographs, 1947-1977

Bob Wolfenson conta que, nos anos 1970, ganhou esse livro de uma namorada como presente de separação, uma espécie de prêmio de consolação pelo término. “Hoje parece um livro com soluções gráficas simples, mas, aos meus olhos de jovem, era um livro esplêndido”. O que chama a sua atenção no trabalho de Richard Avedon é não ficar restrito à fotografia de moda. “Ele sempre achou que queria mais e fez disso sua profissão de fé. Encontrei nele essa liberdade, essa mobilidade entre moda e retrato que se tornaria a minha também.”

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Shots of Style: Great Fashion Photographs Chosen by David Bailey

“Uma eminência do ‘Swinging London’ dos anos 1960”, nas palavras de Bob Wolfenson. “David Bailey era tão conhecido na cena cultural quanto as pessoas que ele fotografava”. Com uma seleção de nomes da fotografia de moda até os anos 1970, o livro nasceu junto com uma exposição que Bailey organizou no Victoria and Albert Museum. “Graças à coletânea descobri uma porção de fotógrafos que eu não conhecia. Esse apanhado me deu a oportunidade de conhecer outros repertórios, numa época pré-internet, em que as coisas não circulavam com a mesma facilidade.”

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Xingu: território tribal

“Livro editado no Brasil com uma qualidade que eu nunca tinha visto aqui e com uma radicalidade de linguagem muito ímpar”, lembra, com espanto, Wolfenson. Ele conta que, enquanto outros dos fotógrafos que admirava eram quase inatingíveis, Maureen não, porque a inglesa vivia no Brasil desde os anos 1950, de forma que ele pôde acompanhar seu trabalho de perto, inclusive este seu livro sobre os índios do Xingu. 

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A câmara clara: nota sobre a fotografia

Ao lado de Sobre fotografia, de Susan Sontag, Bob Wolfenson afirma que este livro publicado originalmente em 1980 é um dos estudos fundamentais para pesquisadores da imagem. Conta que, quando jovem, tentou ler a obra, mas ainda lhe faltava paciência para teoria: “Redescobri o livro na maturidade e dali saíram vários ‘statements’ que eu uso para as minhas falas, palestras, epígrafes. Por exemplo, quando Barthes diz não gostar de muitas fotos de um só fotógrafo, mas de poucas fotos de muitos.”

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Sleepless Nights

Icônico fotógrafo alemão e uma das grandes referências para Bob Wolfenson, Helmut Newton defendia que existem duas coisas que são muito ruins para a fotografia: a arte e o bom gosto. “Hoje Newton seria defenestrado porque tem um caráter aparentemente misógino, mas ele criou uma estética própria, com ênfase no erótico, celebridades sempre numa situação meio bizarra, com um clima dramatizado e luzes totalmente fora do padrão. Permanece um trabalho muito instigante.”

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Cuore

Maria Valéria revela ter em sua biblioteca várias edições desse clássico da literatura italiana, incluindo uma brasileira e uma cubana, comprada na ilha onde viveu e conviveu com Fidel Castro e Gabriel García Márquez. Em 2012 lançou sua tradução do livro. Publicado em 1886, Cuore é uma espécie de diário de um estudante, escrito ao longo de um ano letivo em uma escola primária no século XIX. “Todas as noites eu esperava ansiosa a hora de sentar na varanda, depois do jantar, e ouvir o meu avô ler esse livro.”

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Kim

Lançada em 1901, a história do órfão irlandês que se torna discípulo de um lama na cidade indiana de Lahore, sob domínio inglês, abriu um novo mundo para a pequena Maria Valéria, aos 7 anos. “Eu me sentia andando pela Índia. Pegava o Atlas e as enciclopédias para saber onde era aquilo. Tínhamos um vizinho médico que era de Goa e eu o enchia de perguntas, queria saber se a vida na Índia era assim mesmo.”

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O chamado da floresta

Maria Valéria acredita ter lido a história do cão californiano roubado do conforto do seu lar e atirado na natureza selvagem do Alasca, pela primeira vez, em francês, por volta dos 9 anos. Desde então, sempre se colocou ao lado dos animais. “Para mim foi uma descoberta de que a literatura é capaz até mesmo de fazer com que eu me sentisse um ser de outra espécie, porque O chamado da floresta não é narrado pelo cachorro, mas é contado do ponto de vista dele.”

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Em busca do tempo perdido

Aos 15 anos, Maria Valéria, que já falava e escrevia francês fluentemente, decidiu tirar o certificado para poder trabalhar. No curso preparatório da Aliança Francesa, ouviu de um professor: “Só aprende francês quem lê Proust no original”. “Em três meses, eu tive que ler aquela chatice do Em busca do tempo perdido, os sete volumes. Isso me deu uma liberdade muito grande, porque eu vi que podia gostar ou não do que eu quisesse.” 

Maria Valéria Rezende revisitou a obra, mais velha: “Há trechos belíssimos, como a descrição da catedral”. Quando, hoje, escuta de alguém o desejo de ler a saga proustiana, porém, logo pergunta em tom de brincadeira: “Vai ler em francês? Porque, se não for, pode ler essa versão em mangá, está tudo explicado.”

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Grande sertão: veredas

Maria Valéria ainda guarda o exemplar que seu avô mineiro lhe deu de presente, logo que o livro foi lançado. Embora tivesse apenas 14 anos, ela afirma ter lido Grande sertão com muita facilidade, pela familiaridade que tinha com a linguagem e o cenário da obra. “Eu passava quatro meses por ano em Minas. Montava no jipe do meu avô e a gente saía pelo sertão pegando velharias para abastecer o antiquário dele. Eu brinco que eu falava duas línguas: o santista e o mineirês. […] Guimarães Rosa não inventou a palavra ‘nonada’, meu avô me dizia isso o tempo todo.”

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Alaska, Hawaii e Poland, entre outros

Os caudalosos romances de Michener, repletos de dados históricos e informação, mostraram a Maria Valéria que a literatura pode servir não apenas como prazer estético e entretenimento, mas também como “veículo suave para se aprender o necessário para compreender a vida”. 

Alaska, Hawaii e Poland, entre outras obras do norte-americano,  motivaram-na a escrever seu romance mais recente, Carta à rainha louca (2019). “Eu tinha esse hobby de pesquisar sobre a história da mulher; fiz isso por quarenta anos antes de saber que ia escrever meu livro. Aqueles livros me inspiraram. Porque o Carta à rainha louca é um livro de história e estórias.”

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As mais belas histórias

Escrita e organizada por uma educadora, a coleção de livros infantis As mais belas histórias foi adotada por bom tempo nas escolas de Minas Gerais e formou gerações de estudantes. Repleta de fragmentos de mitologias do mundo todo e de histórias da carochinha, entre as quais “Os três porquinhos”, a coleção foi, para Edimilson de Almeida Pereira, formadora de seu imaginário, ainda aos dez anos de idade. “Muitas das histórias que eu li em As mais belas histórias reapareceram, trinta anos mais tarde, como parte do repertório das narrativas populares, em meu trabalho como pesquisador de cultura popular”, relata Edimilson.

 

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Amigos felizes

Livro infantil hoje raro, mesmo em sebos, Amigos felizes é o quinto volume da antiga coleção Tempo de Criança. Edimilson ganhou o título de presente de uma professora quando tinha sete anos e se encantou com a história de duas crianças que se aventuram no mundo até conquistarem uma ilha. A cada episódio, elas se veem diante de escolhas que as fazem mudar de percurso, no que acabou se tornando dos primeiros ensinamentos de Edimilson sobre reflexão e autocrítica. “Essa estrutura de narrar, eu vejo que, hoje, está presente em muitos dos meus escritos.”

 

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O boi Aruá

O boi Aruá é o reconto de um mito popular nordestino: a história de um fazendeiro rico que tem tudo o que o dinheiro pode comprar, mas lhe falta esse boi encantado, que se torna uma obsessão. A “moral da história”, segundo Edimilson, é que “mais vale desejo do que riqueza, o encanto do sonho do que a propriedade. Para o garoto de doze anos que eu era, esse mistério de procura era algo extraordinário”. Anos mais tarde, quando fazia pesquisa de campo em um vilarejo de Minas, Edimilson ouviu a história de que havia ali um senhor que guardava um livro encantado. Foi atrás desse homem, que, com muita relutância, mostrou-lhe o volume que fazia previsões e desvendava mistérios. E qual não foi a surpresa do poeta: era O boi Aruá!

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Olhai os lírios do campo

Olhai os lírios do campo foi lido por Edimilson entre os 13 e os 14 anos, por sugestão da professora de português. “Eu reputo muito a importância das professoras no processo de formação de jovens leitores”, sublinha. O romance de Erico Verissimo trazia uma perseguição da vida interior do protagonista, um ser angustiado diante do mundo: “Essa interiorização, colocada numa narrativa poética, transportava para um ambiente de serenidade o jovem que eu era, vivendo em plena agitação urbana. Foi um livro que me fascinou pela linguagem e por essa viagem no campo emocional”.

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Dom Casmurro

Edimilson tinha cerca de 15 anos quando sua professora decidiu acrescentar Dom Casmurro à lista de leituras do ano letivo. Conta que a história de Bentinho e Capitu foi, para ele, um divisor de águas: criou-se um antes e um depois de Machado. Tocou-lhe definitivamente. Por isso, retorna ao livro com frequência: “Quando há aquele desencanto com o tempo, com a história da literatura, com os modos de narrar, aí eu volto à farmácia Dom Casmurro; lá tem uma medicação sempre muito eficaz”. Muito da experimentação em prosa que vem fazendo, diz, inspira-se na estrutura fragmentária desse romance de Machado.

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O encontro marcado

Romance de formação, O encontro marcado foi lido ainda na adolescência e é a clássica narrativa de um grupo de amigos que têm um mundo inteiro por conhecer: “O livro foi um ‘detonador’ de escritores em Minas Gerais: um romance que todo adolescente daquela geração gostaria de ter escrito, ou então de ter vivido parte das aventuras que lá se encontram”, lembra. O próprio Edimilson, quando se arriscou pela primeira vez em narrativa longa, tomou esse romance como modelo. “Por sorte esse meu livro se perdeu”, brinca o autor. “Às vezes a gente tem essas crises de exigência, daí acabei destruindo o original.”

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A idade da razão

Ao entrar na universidade, aos vinte anos, Edimilson teve acesso a um novo repertório de leituras. Os encontros com professores e amigos costuravam referências muito diferentes: “Foram livros que ajudaram a apontar meu roteiro de vida em várias direções; meu pensamento, na verdade, é muito plurivalente, e acho que é fruto desses contatos todos”, sugere. Uma leitura, entre tantas desse período universitário, foi A idade da razão, seu primeiro contato com o existencialismo por meio da ficção. O protagonista, Mathieu Delarue, é ainda hoje, para ele, uma referência de como a busca do mundo interior não se faz sem considerar as pessoas que estão à volta.

 

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