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FORMIGAS & SAMURAIS
Ana Porrúa
Mórula

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A poesia de Ana Porrúa se descola da fímbria do real, esta falência, e reinventa um mundo impossível a cada linha, traço ou um pequeno ideograma de sentidos expandidos na montagem de cada uma das partes desse livro. E todo o percurso do livro infere uma circunstância diferida, e o que se projeta é, de fato, um campo de batalha, uma guerra insuspeita; quando toda a vida se engendra, se é que ainda se engendra, ao redor do alimento. Lançar tão pequena gota de tempo e gesto num oceano de miséria, o mundo e o país onde vivemos, quiçá ainda moramos, mas sem esperança alguma, é também raspar, numa rememoração, o que Paulo Leminski [que também era um samurai moderno, filho de polaco com negra] já apontara, tantas vezes, nos anos 1980, ao comparar o que se produzia aqui e no resto da América, a Latina, em literatura: aqui, entre nós, textos insossos colados à máquina de filmar do real sem nenhuma reinvenção, apenas o possível; na outra ponta, na língua de Borges, sem cessar, cada vez más lejos de nosotros, textos prenhes de alucinações deliberadas para uma política com o impossível: fazer o impossível, porque fazer o possível ou nada dá no mesmo. E aqui ou acolá, de um jeito ou de outro, quase sem saber, esta ínfima tarefa política do poema é uma ferida que se abre e se lacera numa ética insensata para a anulação de todo EU — ególatra, ensimesmado e atoleimado, dando giros fixos até a glória de seu próprio sufoco –, e quando o outro fica sempre para uma próxima vez que nunca vem. A poesia de Ana Porrúa neste formigas e samurais é, assim, uma pequena lição, uma aprendizagem, uma “torção do corpo”: contra a uniformidade de todo desenho resta a força de um seppuku, até porque “el camino del samuray es la muerte”.

  • Ilustração
  • Páginas
    68
  • Encadernação
    BROCHURA
  • ISBN
    9786586464429
  • Formato
    12 × 19 × 0.4 cm
  • Palavras-chave
    Poesia brasileira

Descrição

A poesia de Ana Porrúa se descola da fímbria do real, esta falência, e reinventa um mundo impossível a cada linha, traço ou um pequeno ideograma de sentidos expandidos na montagem de cada uma das partes desse livro. E todo o percurso do livro infere uma circunstância diferida, e o que se projeta é, de fato, um campo de batalha, uma guerra insuspeita; quando toda a vida se engendra, se é que ainda se engendra, ao redor do alimento. Lançar tão pequena gota de tempo e gesto num oceano de miséria, o mundo e o país onde vivemos, quiçá ainda moramos, mas sem esperança alguma, é também raspar, numa rememoração, o que Paulo Leminski [que também era um samurai moderno, filho de polaco com negra] já apontara, tantas vezes, nos anos 1980, ao comparar o que se produzia aqui e no resto da América, a Latina, em literatura: aqui, entre nós, textos insossos colados à máquina de filmar do real sem nenhuma reinvenção, apenas o possível; na outra ponta, na língua de Borges, sem cessar, cada vez más lejos de nosotros, textos prenhes de alucinações deliberadas para uma política com o impossível: fazer o impossível, porque fazer o possível ou nada dá no mesmo. E aqui ou acolá, de um jeito ou de outro, quase sem saber, esta ínfima tarefa política do poema é uma ferida que se abre e se lacera numa ética insensata para a anulação de todo EU — ególatra, ensimesmado e atoleimado, dando giros fixos até a glória de seu próprio sufoco –, e quando o outro fica sempre para uma próxima vez que nunca vem. A poesia de Ana Porrúa neste formigas e samurais é, assim, uma pequena lição, uma aprendizagem, uma “torção do corpo”: contra a uniformidade de todo desenho resta a força de um seppuku, até porque “el camino del samuray es la muerte”.

Informação adicional

Dimensões 0,4 × 12 × 19 cm

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