Descrição
“No livro de Lilian Sais, na chave estética de uma temporalidade cindida e simultânea, a mãe é uma citação, uma existência encarada postumamente e que, no entanto, parece também conectar-se à filha, sentir sua dor, condoer-se, querer-se morta, querer-se viva, forjando uma unidade indivisível entre as duas mulheres. Deflagram-se, nesses diálogos entre fantasmas vivos e mortos, outras possibilidades de manuseio da linguagem, impossível linguagem, que desativa a morte como princípio básico do fim. A mãe em O funeral da baleia é o instante suspenso da explosão, no qual ela se torna capaz de multiplicar-se pela totalidade atmosférica. A mãe está para sempre e ao mesmo tempo já não está: dialeticamente ínfima e eterna, diante do mar, presente em todas as coisas do mundo.”
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